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Compulsão alimentar: descuido ou doença?

Atualizado: 3 de jun. de 2019

Muita gente prefere acreditar que o comedor compulsivo é uma pessoa descuidada e sem força de vontade. Puro preconceito. A compulsão alimentar é uma doença que, além de provocar várias patologias, ainda compromete fatores psicológicos.


Em situações estressantes, pessoas ansiosas, passam a se alimentar exageradamente, sem ter noção do quê e do quanto comeram. Usam a comida para empurrar as preocupações e as tensões do dia-a-dia. São amigos íntimos da geladeira e do fogão, donos de um apetite voraz. Diferente dos bulímicos e anoréxicos, que para manterem a estética corporal, tomam laxantes, diuréticos e provocam vômitos, os comedores compulsivos se preocupam com o motivo que os fazem comer, a ansiedade.


A ansiedade faz com que nos sintamos ameaçados e isto aciona nossas defesas mais primitivas, por exemplo, a de comer para enfrentar de “barriga cheia” o perigo real ou imaginário.


Também há quem esteja trocando relacionamento com pessoas por relacionamento com comida. Especialmente relacionamento amoroso, pois, a comida não abandona, não trai, não rejeita, não critica, e, principalmente, está sempre disponível para abastecer a pessoa no momento em que ela quer ou necessita ser abastecida. Nestes casos, o ideal seria que antes que a compulsão entrasse em ação, o indivíduo se perguntasse: "Estou precisando de uma caixa de chocolate ou o que preciso realmente é de um abraço apertado e restaurador, sentir o contorno do outro em torno de mim, quem sabe um bom papo, carinho, afeto, enfim, me sentir e me saber amado?". Neste caso, comida nenhuma resolverá o problema.


Um comedor compulsivo que não se trata passa a sofrer problemas psicológicos, físicos e ambientais. Começa a mudar de vida, de amigos e modifica sua estrutura social. Ansioso, se irrita facilmente, podendo ter insônia, se isolar e ser depressivo. Tem consciência da situação, mas a subestima por não acreditar que a compulsão alimentar provoca alterações bioquímicas e traz complicações mais sérias. As consequências vão desde o agravamento do estado neurológico, aumento das taxas de colesterol, triglicérides e diabetes, problemas circulatórios e cardíacos até a obesidade mórbida.


Normalmente, é um profissional, alguém da família ou um amigo que encaminha o paciente para o tratamento, que deverá ser multidisciplinar. É um período delicado, porque além das recaídas, que são comuns, o comedor compulsivo geralmente entrega toda a responsabilidade de sucesso no tratamento aos profissionais que o acompanha, não assumindo a sua parte. Além disso, é comum reivindicarem a solução do problema em curto prazo.


Para quebrar a ansiedade, alguns médicos optam por usar medicamentos, prescrevendo ansiolíticos ou calmantes e, às vezes, remédios faixa preta. Mas só o uso do remédio não resolve o problema e vai fazer o paciente precisar dele para sempre.

Os motivos psicológicos para engordar ou emagrecer são inúmeros e costumam estar ligados à relação com a mãe: aquela de quem primeiramente recebemos ou deixamos de receber o alimento para a vida, seja na forma do leite ou do afeto - em seu excesso ou falta. O fato é que independentemente de como foi esse começo, na vida adulta cabe a cada um rever esses padrões e tomar para si a tarefa de avaliar com que tipo de alimento esta nutrindo seu corpo e sua vida. A psicoterapia neste caso será grande aliada, já que auxilia a pessoa a se conhecer um pouco melhor, a ter um maior contato consigo mesma e, finalmente, a aprender a controlar a ansiedade, resolvendo os problemas de uma forma mais tranquila.


A reeducação alimentar também é uma ferramenta importantíssima para tratar o comedor compulsivo, já que será responsável por trazer a consciência ao ato de comer, que nesses casos acontece muitas vezes sem ao menos que a pessoa perceba o quê e como comeu. Existe uma tendência a repetirmos padrões aos quais fomos submetidos/treinados em nossa infância. Mas, isto pode ser modificado se tomarmos consciência, aprendendo a recusar o que nos faz mal e acolher o que nos faz bem, a identificar e buscar aquilo que realmente nos alimenta, tanto o corpo, como a mente e o próprio espírito.


Dicas importantes para evitar a compulsão alimentar:


· Muito cuidado com aquelas dietas que prometem milagres. Esse tipo de tratamento deixa o metabolismo disfuncional. Desta maneira, o organismo começa a queimar menos calorias e absorver mais, como forma de defesa;


· Lembre-se de que uma barra de chocolate não é a solução para os seus problemas;

· Procure preparar uma alimentação balanceada. Substitua os alimentos calóricos por outros mais saudáveis. Faça trocas inteligentes.


· Além de mudar os hábitos alimentares, realize uma atividade física pelo menos três vezes por semana. Consulte um médico antes, para ter certeza de que não há nenhuma restrição.

· Não fique ingerindo várias outras coisas na esperança de enganar seus desejos. Isso provavelmente vai fazer você comer mais e consumir uma quantidade maior de calorias do que se houvesse atendido suas vontades de maneira sutil.


· Evite comprar os alimentos que são gatilhos para os ataques de gula.

· Tente encontrar outros dispositivos, que não seja a comida, para compensar sentimentos como ansiedade, depressão, raiva, entre tantos outros.

 
 
 

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Sabrina Lima Nutricionista Clínica. Orgulhosamente criado com Wix.com

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